A vida começa aos 40
Este ano o FITEI celebra a sua quadragésima edição. É uma data que deve ser celebrada porque o percurso deste Festival foi feito de muito trabalho, empenho, tormentas, sacrifício, dedicação e amor ao teatro. Merece ser celebrada também porque a cidade do Porto teve no seu histórico Festival, durante longos períodos destes 40 anos, uma das poucas e por vezes a única oferta de teatro internacional na cidade. Além disso, o FITEI conseguiu ir mostrando o que de mais relevante se foi fazendo em Portugal e no espaço Ibero-Americano nestes últimos 40 anos. A comprová-lo, publicamos a propósito desta edição especial, um álbum comemorativo, com uma seleção comentada de fotos de alguns dos mais impactantes espetáculos que foram passando pelo Porto nestas quarenta edições do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, coordenada por Jorge Louraço Figueira.
O dia 1 de junho às 18 horas (o dia da abertura do Festival) será um momento de encontro entre as várias gerações do Festival, os nossos parceiros e os amigos do FITEI. Encontrar-nos-emos na Cooperativa Árvore para homenagear quem foi fazendo e apoiando este Festival e para brindar ao passado, ao presente e ao futuro.
Para a edição 40, escolhemos o tema Comunidade e Memória. Quisemos ir à procura dos artistas de referência que se têm ocupado no teatro contemporâneo dos temas da memória e da pós-memória. O Festival contará com dois nomes que são referências mundiais: a argentina Lola Arias e a portuguesa Joana Craveiro. Queríamos celebrar estes 40 anos, olhando para trás, para a história contemporânea, articulando arte com política.
Daí a importância do tema comunidade associado ao da memória. Com comunidade quisemos celebrar as comunidades reais da cidade, e não as inventadas, dando conta do lastro que nos vai unindo como portuenses. Esta comunidade extrapola-se para o espaço Ibero-Americano, mas está bem enraizada no Porto. Para começar, a própria comunidade Fitei: esta é uma festa também da comunidade teatral portuense e portuguesa, um ponto de encontro; teremos as conversas pós-espetáculo sempre dirigidas por profissionais do teatro, iremos às segundas-feiras de poesia do Pinguim, ajudaremos a organizar a segunda edição das Jornadas de Teatro e integraremos vários espetáculos de escolas de teatro do Porto no certame. Para a comunidade artística e escolar ofereceremos um conjunto de workshops sob o signo Isto não é uma escola Fitei! que promete marcar a vida cultural da cidade. Acolheremos também espetáculos que integrarão profissionais da região, como é o caso de Todo lo que está a mi lado de Fernando Rubio. Mais uma vez também muitas das cenogra as dos espetáculos serão construídas no Porto. E assim se vai cosendo comunidade e memória, sempre a partir do concreto para chegar ao idealizado.
Numa mostra dedicada a este tema conseguimos preparar um programa com vários níveis de interseção.
A programação nacional conta com uma seleção de excelência, com diversas gerações e abordagens: João Brites (o Bando) e Nuno Carinhas; Tiago Rodrigues, Joana Craveiro (Vestido) e Marlene Monteiro Freitas; Erva Daninha, Hugo Cruz, João Garcia Miguel e Giacomo Scalisi.
A programação internacional volta a ser de grande qualidade: Lola Arias e Fernando Rubio, da Argentina; Trinidad González e António Altamirano, do Chile; Pablo Fidalgo e Marta Pazos (Voadora), de Espanha. Além disso, receberemos Álvaro Peña, o “punk” de Valparaíso, que teve a sua primeira banda com Joe Strummer (The Clash) em Londres, depois de fugir à perseguição no Chile de Pinochet.
A encenar as escolas do Porto no FITEI, os encenadores da cidade Marta Freitas, Luísa Pinto e Nuno Meireles.
Em paralelo ao programa decorrerá um conjunto de workshops que intitulámos Isto não é uma Escola Fitei: Ana Bigotte Vieira, Lola Arias e Joana Craveiro trabalharão a partir de arquivos e documentos; três críticos internacionais levar-nos-ão pelo conjunto de workshops do teatro e da política. João Brites dará uma masterclass moderada por Isabel Barros.
O Fitei continua a alicerçar alguma da sua programação nas extensões territoriais em Matosinhos, Viana do Castelo e, este ano, também em Felgueiras. Com isso vai alargando a sua teia de afetos, assim como a comunidade real de artistas e espectadores, como o prova o espetáculo do Teatro do Noroeste com amadores e profissionais no navio Gil Eannes em Viana do Castelo.
Só me resta agradecer a todos os parceiros que acreditaram que este FITEI 40 tinha mesmo que acontecer e com as melhores condições possíveis. Muito obrigado a todos e não se esqueçam que a vida começa aos 40.
Gonçalo Amorim
Diretor Artístico do FITEI
Este ano o FITEI celebra a sua quadragésima edição. É uma data que deve ser celebrada porque o percurso deste Festival foi feito de muito trabalho, empenho, tormentas, sacrifício, dedicação e amor ao teatro. Merece ser celebrada também porque a cidade do Porto teve no seu histórico Festival, durante longos períodos destes 40 anos, uma das poucas e por vezes a única oferta de teatro internacional na cidade. Além disso, o FITEI conseguiu ir mostrando o que de mais relevante se foi fazendo em Portugal e no espaço Ibero-Americano nestes últimos 40 anos. A comprová-lo, publicamos a propósito desta edição especial, um álbum comemorativo, com uma seleção comentada de fotos de alguns dos mais impactantes espetáculos que foram passando pelo Porto nestas quarenta edições do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, coordenada por Jorge Louraço Figueira.
O dia 1 de junho às 18 horas (o dia da abertura do Festival) será um momento de encontro entre as várias gerações do Festival, os nossos parceiros e os amigos do FITEI. Encontrar-nos-emos na Cooperativa Árvore para homenagear quem foi fazendo e apoiando este Festival e para brindar ao passado, ao presente e ao futuro.
Para a edição 40, escolhemos o tema Comunidade e Memória. Quisemos ir à procura dos artistas de referência que se têm ocupado no teatro contemporâneo dos temas da memória e da pós-memória. O Festival contará com dois nomes que são referências mundiais: a argentina Lola Arias e a portuguesa Joana Craveiro. Queríamos celebrar estes 40 anos, olhando para trás, para a história contemporânea, articulando arte com política.
Daí a importância do tema comunidade associado ao da memória. Com comunidade quisemos celebrar as comunidades reais da cidade, e não as inventadas, dando conta do lastro que nos vai unindo como portuenses. Esta comunidade extrapola-se para o espaço Ibero-Americano, mas está bem enraizada no Porto. Para começar, a própria comunidade Fitei: esta é uma festa também da comunidade teatral portuense e portuguesa, um ponto de encontro; teremos as conversas pós-espetáculo sempre dirigidas por profissionais do teatro, iremos às segundas-feiras de poesia do Pinguim, ajudaremos a organizar a segunda edição das Jornadas de Teatro e integraremos vários espetáculos de escolas de teatro do Porto no certame. Para a comunidade artística e escolar ofereceremos um conjunto de workshops sob o signo Isto não é uma escola Fitei! que promete marcar a vida cultural da cidade. Acolheremos também espetáculos que integrarão profissionais da região, como é o caso de Todo lo que está a mi lado de Fernando Rubio. Mais uma vez também muitas das cenogra as dos espetáculos serão construídas no Porto. E assim se vai cosendo comunidade e memória, sempre a partir do concreto para chegar ao idealizado.
Numa mostra dedicada a este tema conseguimos preparar um programa com vários níveis de interseção.
A programação nacional conta com uma seleção de excelência, com diversas gerações e abordagens: João Brites (o Bando) e Nuno Carinhas; Tiago Rodrigues, Joana Craveiro (Vestido) e Marlene Monteiro Freitas; Erva Daninha, Hugo Cruz, João Garcia Miguel e Giacomo Scalisi.
A programação internacional volta a ser de grande qualidade: Lola Arias e Fernando Rubio, da Argentina; Trinidad González e António Altamirano, do Chile; Pablo Fidalgo e Marta Pazos (Voadora), de Espanha. Além disso, receberemos Álvaro Peña, o “punk” de Valparaíso, que teve a sua primeira banda com Joe Strummer (The Clash) em Londres, depois de fugir à perseguição no Chile de Pinochet.
A encenar as escolas do Porto no FITEI, os encenadores da cidade Marta Freitas, Luísa Pinto e Nuno Meireles.
Em paralelo ao programa decorrerá um conjunto de workshops que intitulámos Isto não é uma Escola Fitei: Ana Bigotte Vieira, Lola Arias e Joana Craveiro trabalharão a partir de arquivos e documentos; três críticos internacionais levar-nos-ão pelo conjunto de workshops do teatro e da política. João Brites dará uma masterclass moderada por Isabel Barros.
O Fitei continua a alicerçar alguma da sua programação nas extensões territoriais em Matosinhos, Viana do Castelo e, este ano, também em Felgueiras. Com isso vai alargando a sua teia de afetos, assim como a comunidade real de artistas e espectadores, como o prova o espetáculo do Teatro do Noroeste com amadores e profissionais no navio Gil Eannes em Viana do Castelo.
Só me resta agradecer a todos os parceiros que acreditaram que este FITEI 40 tinha mesmo que acontecer e com as melhores condições possíveis. Muito obrigado a todos e não se esqueçam que a vida começa aos 40.
Gonçalo Amorim
Diretor Artístico do FITEI