As diversas crises que têm assolado estas primeiras décadas do séc. XXI, como a crise climática, a das migrações, as guerras, a perda do sentido do comum, o esgotamento dos recursos do planeta em paralelo com uma grave crise de saúde mental, têm constituído a base para a construção temática das últimas edições do FITEI. Estes enormes sinais de alerta para o humano e o não-humano ajudaram-nos a construir o tema do último biénio, Trauma e Bravura, a que acabámos por juntar a palavra Fantasmagorias.
Porque entendemos que estes eixos temáticos não estão esgotados, o FITEI 48 tem como título e motor temático Espectros, Eros e Sacrifício – Nosso impensado. O “nosso impensado” é um conceito presente na obra de Eduardo Lourenço, quando se refere a quinhentos anos de colonialismo português. Esta dimensão espectral marca o ressentimento e o desejo sacrificial. Num tempo em que se fala de dívida e reparação, o FITEI, como lugar privilegiado de diálogo entre as antigas potências colonizadoras ibéricas e o sul global, assume a dimensão mágica e ritualizada que muitas destas questões levantam. Apresentando a imagem de Próspero e Caliban, personagens da Tempestade de Shakespeare, Eduardo Lourenço, marca assim o complexo do colonizador e do colonizado. Num universo em constante transformação, neste planeta trans, como refere Paul B Preciado, num tempo em que é mais fácil imaginar o fim do mundo que o fim do capitalismo, recuperando Mark Fisher, Jameson, ou Zizek, é particularmente importante para nós apresentar obras que possam refletir sobre a forma como não perdemos a memória, sobre o não-humano, sobre a loucura do amor, sobre a morte e a ilusão, sobre o sussurro e o impossível.
Procurámos encontrar nos artistas que têm sido acompanhados por nós as marcas que o tempo presente tem deixado neles. Como tem sido hábito nos últimos anos, o tema que trabalharemos acontece em estreita observância do trabalho dos artistas. O FITEI destaca-se no universo dos Festivais nacionais e internacionais, por trabalhar no triângulo atlântico, real e imaginário, de Europa, África e América. Mantendo o cunho da Expressão Ibérica, tem nos últimos anos estado particularmente interessado nos artistas da diáspora destes três territórios, expandindo assim o que se entende por Expressão Ibérica. Mais uma vez, numa nova edição, o nosso foco principal será nas novas dramaturgias, e nas linguagens cénicas de autor.
Nesta edição apresentaremos 16 espetáculos, 10 nacionais e 6 internacionais, 6 estreias nacionais e 4 absolutas, muitos destes espetáculos resultantes de coproduções nossas e residências artísticas em contexto FITEI. Continuaremos com as nossas secções Isto não é uma escola FITEI, FITEI aberto, Residências Artísticas FITEI, O FITEI e as escolas do Porto e o FITEI PRO, resultando numa quantidade expressiva de atividades paralelas.
A 48ª edição do FITEI, desenrolar-se-á entre Porto, Matosinhos, Vila Nova de Gaia eViana do Castelo, a que este ano se junta Monção. Preparemo-nos todos para que as próximas semanas sejam de Espectros, Eros e Sacrifício.
Porque entendemos que estes eixos temáticos não estão esgotados, o FITEI 48 tem como título e motor temático Espectros, Eros e Sacrifício – Nosso impensado. O “nosso impensado” é um conceito presente na obra de Eduardo Lourenço, quando se refere a quinhentos anos de colonialismo português. Esta dimensão espectral marca o ressentimento e o desejo sacrificial. Num tempo em que se fala de dívida e reparação, o FITEI, como lugar privilegiado de diálogo entre as antigas potências colonizadoras ibéricas e o sul global, assume a dimensão mágica e ritualizada que muitas destas questões levantam. Apresentando a imagem de Próspero e Caliban, personagens da Tempestade de Shakespeare, Eduardo Lourenço, marca assim o complexo do colonizador e do colonizado. Num universo em constante transformação, neste planeta trans, como refere Paul B Preciado, num tempo em que é mais fácil imaginar o fim do mundo que o fim do capitalismo, recuperando Mark Fisher, Jameson, ou Zizek, é particularmente importante para nós apresentar obras que possam refletir sobre a forma como não perdemos a memória, sobre o não-humano, sobre a loucura do amor, sobre a morte e a ilusão, sobre o sussurro e o impossível.
Procurámos encontrar nos artistas que têm sido acompanhados por nós as marcas que o tempo presente tem deixado neles. Como tem sido hábito nos últimos anos, o tema que trabalharemos acontece em estreita observância do trabalho dos artistas. O FITEI destaca-se no universo dos Festivais nacionais e internacionais, por trabalhar no triângulo atlântico, real e imaginário, de Europa, África e América. Mantendo o cunho da Expressão Ibérica, tem nos últimos anos estado particularmente interessado nos artistas da diáspora destes três territórios, expandindo assim o que se entende por Expressão Ibérica. Mais uma vez, numa nova edição, o nosso foco principal será nas novas dramaturgias, e nas linguagens cénicas de autor.
Nesta edição apresentaremos 16 espetáculos, 10 nacionais e 6 internacionais, 6 estreias nacionais e 4 absolutas, muitos destes espetáculos resultantes de coproduções nossas e residências artísticas em contexto FITEI. Continuaremos com as nossas secções Isto não é uma escola FITEI, FITEI aberto, Residências Artísticas FITEI, O FITEI e as escolas do Porto e o FITEI PRO, resultando numa quantidade expressiva de atividades paralelas.
A 48ª edição do FITEI, desenrolar-se-á entre Porto, Matosinhos, Vila Nova de Gaia eViana do Castelo, a que este ano se junta Monção. Preparemo-nos todos para que as próximas semanas sejam de Espectros, Eros e Sacrifício.